O mercado corporativo imobiliário de São Paulo revela uma dinâmica integrada, em que diferentes regiões dialogam, influenciam-se mutuamente e moldam seus ciclos de valorização e demanda. Um exemplo claro dessa interação é o crescente protagonismo do trecho da Avenida Rebouças entre a Marginal Pinheiros e a Faria Lima — área informalmente chamada de “Reboucinhas” — que vem redefinindo o eixo corporativo tradicional entre Pinheiros e Faria Lima.
Apesar de, à primeira vista, Pinheiros e Faria Lima parecerem operar em patamares distintos — com preços médios de imóveis corporativos de alto padrão (classes A+ e A) de R$ 198,08/m² em Pinheiros e R$ 259,48/m² na Faria Lima —, a Rebouças apresenta um fenômeno interessante. Em vários pontos, os valores de locação da “Reboucinhas” superam até mesmo os da Faria Lima, sinalizando uma valorização acelerada e estratégica no mercado.
Um caso emblemático é o Eldorado Business Tower, situado às margens do Rio Pinheiros. Após a saída das Casas Bahia, que ocupava cerca de 8,2 mil m², a expectativa de aumento na vacância foi rapidamente revertida em oportunidade. A Brookfield, proprietária do imóvel, atraiu novos inquilinos de peso, como as empresas Betano e Renner. Esta última firmou contrato de locação com valores na faixa dos R$ 200/m², reforçando a expressiva valorização da região e seu apelo para o mercado corporativo.
Além da “Reboucinhas”, o Largo da Batata também vem ganhando relevância, ainda que não seja uma área oficialmente reconhecida como distrito de escritórios. Essa micro-região destaca-se pela presença de quatro empreendimentos de alto padrão monitorados pela plataforma SiiLA, incluindo o Faria Lima Plaza, estrategicamente localizado em frente à praça do Largo da Batata e próximo à estação de metrô Pinheiros.
Até setembro de 2024, o Faria Lima Plaza vinha praticando valores de locação inferiores aos da Rebouças, com a última transação relevante registrando R$ 173,70/m² para a locação de três andares e meio pela Kablin. Contudo, influenciadas pela valorização na “Reboucinhas”, as proprietárias do empreendimento — VR Investimentos e Capitânia — reajustaram os preços pedidos para o espaço disponível, elevando-os para R$ 240/m².
Este movimento sugere que o Largo da Batata caminha para uma trajetória de valorização contínua, impulsionada pela força crescente da Rebouças, que redefine o eixo corporativo entre Pinheiros e Faria Lima. Essa tendência reafirma que o mercado imobiliário comercial paulistano é um organismo vivo, em constante transformação e interligado em suas regiões estratégicas.
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Informações baseadas em dados da SiiLA ao ClubeFII