À medida que a concorrência no campo da inteligência artificial (IA) se intensifica, o Google está acelerando seus esforços para desenvolver recursos avançados de IA em seus produtos. A empresa anunciou que está expandindo o acesso à sua ferramenta de chatbot chamada Bard, que vai além do mecanismo de busca e oferece suporte aos usuários em uma variedade de tarefas.
Inicialmente disponível apenas para usuários selecionados nos Estados Unidos por meio de uma lista de espera, o Bard estará acessível a todos os usuários em 120 países e em 40 idiomas. Essa expansão busca aproveitar a crescente popularidade e sucesso viral do ChatGPT, desenvolvido pela OpenAI, que gerou uma corrida entre empresas como o Google e a Microsoft para aprimorar suas próprias soluções de IA.
O Bard pode auxiliar os usuários em diversas atividades, desde esboçar e escrever rascunhos de redação até ajudar no planejamento de eventos, como um chá de bebê, e fornecer ideias para refeições com base nos ingredientes disponíveis na geladeira. Além disso, o Google está lançando extensões para o Bard em seus próprios serviços, como Gmail, Sheets e Docs, permitindo que os usuários façam perguntas e colaborem com o chatbot diretamente nos aplicativos que estão usando.
Mas a incorporação de chatbots de IA traz alguns riscos. Essas ferramentas despertaram preocupações sobre tom e precisão, o que é particularmente importante para o mecanismo de busca online que há muito é a base dos negócios do Google.
Mãos à obra com a nova pesquisa do Google
Durante uma demonstração virtual da nova ferramenta de pesquisa de inteligência artificial (IA) da Google, foram apresentados exemplos de suas capacidades e algumas limitações. A ferramenta respondeu rapidamente a perguntas sobre diversos tópicos, como a importância das abelhas para o ecossistema, a presença de bicicletas Peloton no Sound Hotel em Portland, Oregon, e locais de xadrez para crianças.
Ela verifica sites, extrai informações relevantes e as apresenta de maneira organizada na parte superior dos resultados de pesquisa, destacando as fontes em uma seção adjacente. No entanto, ainda apresenta imperfeições.
Em uma busca pelas “melhores pizzarias da cidade de Nova York“, os resultados incluíram restaurantes de São Francisco. Cathy Edwards, vice-presidente de pesquisa do Google, admitiu que é cedo para considerar a ferramenta perfeita e que a empresa continuará fazendo ajustes e melhorias nas próximas semanas e meses. O objetivo é aprender com os erros e resolver os problemas antes de disponibilizar a experiência a todos os usuários.
Ao contrário de outros chatbots, como o ChatGPT da OpenAI, a ferramenta de pesquisa do Google é propositalmente desprovida de uma “persona” específica. A empresa está focada em aprimorar a precisão e a utilidade dos resultados, em vez de criar uma personalidade virtual para a ferramenta.
Esses desenvolvimentos destacam os esforços contínuos do Google para melhorar sua ferramenta de pesquisa usando a IA. A empresa busca oferecer resultados mais relevantes e confiáveis, mas reconhece a importância de um processo iterativo de aprendizado e aprimoramento.
Uma jornada de 25 anos para a pesquisa
O compromisso do Google em avançar com a inteligência artificial (IA) é evidente, apesar das preocupações geradas pela tecnologia. Recentemente, o Google enfrentou críticas após uma demonstração do seu chatbot Bard fornecer uma resposta imprecisa a uma pergunta sobre um telescópio.
Como resultado, as ações da Alphabet, empresa controladora do Google, caíram 7,7% no dia, representando uma perda de US$ 100 bilhões em seu valor de mercado. A Microsoft também foi alvo de críticas devido a erros cometidos em uma demonstração de seu chatbot de IA.
Tanto o ChatGPT quanto a nova Pesquisa do Google e o Bard são construídos em grandes modelos de linguagem, sendo treinados com uma vasta quantidade de dados online para gerar respostas convincentes às solicitações dos usuários. No entanto, essas ferramentas também são conhecidas por apresentar respostas incorretas ou “alucinações” em algumas ocasiões.
O Google afirmou que o Bard é concebido como uma experiência separada e complementar à sua Pesquisa do Google. A empresa planeja adicionar de forma cuidadosa grandes modelos de linguagem para aprimorar a capacidade de pesquisa em profundidade no futuro.
Cathy Edwards, vice-presidente de pesquisa do Google, mencionou que a empresa está ciente de que a pesquisa é um problema complexo que ainda não foi totalmente resolvido, mesmo após 25 anos de desenvolvimento.
Ela enfatizou que o Google está comprometido em abordar esse desafio a longo prazo e pretende ser ousado, mas também responsável, ao implementar essas tecnologias. O objetivo é acertar ao equilibrar a inovação com a garantia de resultados precisos e confiáveis.
Segundo a empresa, a Pesquisa do Google está passando por uma evolução significativa. Agora, um chatbot com inteligência artificial será utilizado para responder a perguntas que os usuários jamais imaginaram que a pesquisa poderia responder. Além disso, a IA ajudará os usuários a obter as informações desejadas de forma ainda mais rápida.
Uma das mudanças mais visíveis com essa atualização é a aparência dos resultados da Pesquisa Google. Ao digitar uma consulta na barra de pesquisa, os usuários serão apresentados automaticamente a um pop-up com uma resposta gerada por IA. Isso ocorrerá simultaneamente à exibição dos resultados tradicionais.
Por que o Brasil ficou de fora?
Embora o Google não tenha se pronunciado oficialmente para justificar porque o Brasil não está incluso na lista de países que terão o Bard, nossa legislação é apontada como a razão para isso.
De modo geral, essa Inteligência Artificial do Google busca se utilizar dos inputs, os dados fornecidos pelos usuários, para se aprimorar, mas devido a nossa rigorosa política de restrição de dados, a ferramenta acaba perdendo sua capacidade de aprendizado ao não poder utilizar os dados de busca e interação de usuários no Brasil.
O Google anunciou durante o seu evento anual para desenvolvedores, o I/O, que está lançando uma nova Pesquisa do Google nos Estados Unidos. Os usuários agora podem se inscrever em uma lista de espera para ter acesso antecipado a essa nova versão, seja por meio do aplicativo do Google ou do navegador Chrome em desktops. No entanto, a empresa informou que apenas uma quantidade limitada de usuários terá acesso nas próximas semanas.
Além disso, o Google revelou o PaLM 2, seu mais recente modelo de linguagem de inteligência artificial (IA), projetado para competir com o GPT-4 da OpenAI, empresa responsável pelo desenvolvimento do ChatGPT.
Essa nova versão do PaLM promete ser mais avançada em termos de lógica, raciocínio de bom senso e matemática, marcando um grande avanço para a tecnologia que impulsiona os produtos de IA da empresa. Uma das principais vantagens é a capacidade de gerar código especializado em diferentes linguagens de programação.
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Informações retiradas de Samantha Murphy Kelly & Christine Hall | Tech Crunch & CNN