O IPCA-15 (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo 15) registrou alta de 0,36% em maio, desacelerando em relação aos 0,43% de abril. O dado, divulgado nesta terça-feira (27) pelo IBGE, surpreendeu o mercado financeiro ao ficar abaixo do piso das projeções, que variavam entre 0,38% e 0,53%, com mediana de 0,44%.
Essa é a menor taxa para o mês de maio desde 2020, quando o índice apresentou deflação de -0,59% no início da pandemia. No acumulado de 12 meses, o IPCA-15 passou de 5,49% em abril para 5,40% em maio, mostrando leve desaceleração, mas ainda distante do teto da meta de inflação, que é de 4,5%, estabelecida pelo Banco Central.
Para o economista Lucas Barbosa, da gestora AZ Quest, o resultado foi surpreendente. “O IPCA-15 trouxe um número muito bom, com variação de 0,36%”, avaliou. Segundo ele, o desempenho abaixo das expectativas está ligado a quedas mais expressivas em segmentos como alimentos, bens industriais e serviços.
Apesar do alívio, Barbosa alerta que ainda não é possível afirmar que o cenário inflacionário mudou. “A gente começa a ver, com esse número de hoje, uma luz no fim do túnel, mas é um quadro de inflação ainda muito pressionado”, ponderou.
Um relatório assinado pela economista Luciana Rabelo, do Itaú Unibanco, destacou que a maior surpresa veio dos alimentos consumidos no domicílio, que passaram de uma alta de 1,29% em abril para 0,30% em maio — a menor variação desde setembro de 2024 (-0,01%).
O setor de serviços também contribuiu, com destaques como conserto de automóveis, que subiu apenas 0,14%. No entanto, o banco alerta que os núcleos de inflação seguem em “patamar elevado”, o que ainda exige atenção.
Entre os nove grupos pesquisados pelo IBGE, dois apresentaram queda no mês: transportes (-0,29%) e artigos de residência (-0,07%). O grupo de transportes teve o maior impacto negativo no índice, puxado pela forte redução nas passagens aéreas, que caíram 11,18%. Esse item, isoladamente, respondeu por uma contribuição de -0,07 ponto percentual no IPCA-15 de maio. As tarifas de ônibus urbano também recuaram (-1,24%), reforçando o alívio no setor.
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Informações retiradas de Leonardo Vieceli a Folha de São Paulo