A inadimplência nas taxas de condomínio no Brasil subiu para 6,80% em março de 2025, o maior índice registrado nos últimos 10 meses. Os dados são de um levantamento da Superlógica, plataforma referência em soluções tecnológicas e financeiras para os mercados condominial e imobiliário.
O pico anterior havia sido em maio de 2024, com 7,62%. Em fevereiro deste ano, o índice era de 5,96%, e o menor patamar foi registrado em dezembro, com 5,76%.
Para o diretor de Crédito do Grupo Superlógica, João Baroni, os números acompanham o impacto da inflação. “Observando os dados do Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), é possível notar que outubro, novembro e dezembro acompanham os meses de janeiro a março de inadimplência condominial. Terminando o ano com preços elevados, como visto no IPCA, é normal que a inadimplência seja reflexo disso no primeiro trimestre”, explica.
Segundo ele, o cenário é agravado por dois fatores principais: “A inadimplência do mercado condominial vem subindo, e dois dos motivos são o aumento da inflação e da taxa de juros. São fatores que reduzem o poder de compra da população e, consequentemente, aumentam a inadimplência – sobretudo a condominial, dada a prioridade de pagamento das pessoas por despesas mais caras, como cartão de crédito, aluguel, empréstimos e cheque especial”, pontua Baroni.
Regiões e valores
A análise por região geográfica mostra maior inadimplência no Norte (8,60%), seguido por Centro-Oeste (6,59%), Nordeste (6,03%), Sudeste (5,68%) e Sul (4,83%). Todas apresentaram alta em relação a fevereiro.
A base de dados utilizada no levantamento considera cerca de 300 mil condomínios em todas as regiões do país, totalizando mais de 4,2 milhões de imóveis com boletos em atraso há mais de 90 dias. As informações são anonimizadas e segmentadas por tipo de imóvel, localização e faixa de valor.
No recorte por valor da taxa condominial, a inadimplência é mais acentuada nos condomínios de menor custo. Em março, imóveis com taxa de até R$ 500 apresentaram inadimplência de 10,26%, a segunda maior nos últimos 12 meses. Já os condomínios com taxas de até R$1.000 alcançaram 5,03%, enquanto os de valor superior a R$1.000 registraram 3,93%.
Entre janeiro e março, a média nacional da taxa condominial foi de R$ 899,27 — alta de 5,77% em relação ao mesmo período de 2024, superando inclusive a inflação acumulada de 5,48%, segundo o IPCA.
O Norte lidera entre as regiões com maior taxa média (R$979,05), seguido por Nordeste (R$975,17), Sudeste (R$964,86), Centro-Oeste (R$744,82) e Sul (R$710,53). Na média nacional, o valor da taxa equivale a 59% do salário mínimo atual (R$1.518), chegando a quase 65% no Norte e Nordeste.
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Informações retiradas de Superlógica