Os imóveis localizados em bairros nobres da capital paulista, como Itaim Bibi, Pinheiros e Jardins, registraram valorização de até 24% desde 2021, de acordo com dados do Índice FipeZap. Apesar dos preços já elevados, o ritmo de crescimento continua acelerado.
O Itaim Bibi lidera o ranking como o bairro mais caro da cidade. O preço do metro quadrado passou de R$15.366 em 2021 para R$19.050 em 2025 — valor 42,5% acima da média municipal. Em seguida aparecem Pinheiros, com R$18.010, e os Jardins, com R$16.482.
A valorização reflete uma combinação de fatores, segundo especialistas. “Esses bairros são muito bem consolidados. São regiões com infraestrutura urbana robusta, transporte (ainda que nem sempre com metrô) e alta demanda. Ao mesmo tempo, há escassez de terrenos disponíveis”, afirma Paula Reis, economista da DataZap, área de inteligência da plataforma Zap Imóveis.
O retorno ao trabalho presencial também impulsionou a valorização dos imóveis nesses locais, que ficam próximos a centros empresariais importantes, como as avenidas Faria Lima, Paulista, Rebouças e Chucri Zaidan. A demanda por moradia segue maior que a oferta, e a limitação de terrenos disponíveis dificulta novos lançamentos. Além disso, o aumento no custo dos insumos da construção civil tem influenciado os preços ao longo do tempo.
Segundo Paula, o índice leva em consideração apenas imóveis do mercado secundário, ou seja, de segunda mão. Isso significa que os lançamentos, por serem novos, tendem a apresentar uma valorização ainda maior. Atualmente, os preços de imóveis lançados em bairros como Itaim Bibi, Vila Nova Conceição, Vila Olímpia e Jardins podem alcançar R$40 mil por metro quadrado, em unidades com mais de 100 m².
Na média geral da cidade, o preço do metro quadrado saltou de R$8.745 em 2017 para R$11.560 em 2025 — um crescimento de 32%, segundo o FipeZap. Um apartamento de 50 m², por exemplo, passou de R$437 mil para R$578 mil nesse período. O movimento acompanha a alta dos preços nos bairros de alto padrão.
Levantamento da consultoria Brain, feito a pedido do Estadão, mostra que os lançamentos no Itaim Bibi têm preço médio de R$40,8 mil/m². Em seguida vêm os Jardins (R$33,5 mil) e a Vila Nova Conceição (R$32,7 mil).
“Enquanto no Itaim Bibi a oferta de imóveis é mais restrita, por conta da escassez de terrenos e de uma legislação menos favorável à verticalização e ao adensamento, em bairros como Moema há mais variedade de tipologias e padrões”, afirma Fábio Tadeu Araujo, CEO da Brain.
Moema, embora também seja considerado um bairro nobre, conta com regras urbanísticas que permitem lançamentos voltados à baixa renda e, mais recentemente, à classe média, inclusive dentro do programa Minha Casa Minha Vida.
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Informações retiradas de Lucas Agrela ao Estadão