O cenário atual de juros ainda elevados e distorções entre valor patrimonial e preço de mercado tem criado boas oportunidades para quem investe em fundos imobiliários (FIIs). Esse foi o tom do painel sobre o setor durante a TAG Summit 2025, evento que reuniu gestores e especialistas em investimentos.
Segundo Daniel Pegorini, sócio-fundador e CEO da Valora Investimentos, entender a diferença entre o valor real dos fundos e o preço pelo qual eles são negociados no mercado é essencial.
“Juros altos são excelentes para comprar fundos imobiliários. Muitos ativos vêm sendo negociados com descontos expressivos, o que representa uma janela de entrada para investidores atentos. Os bons FIIs, por exemplo, estão 20% abaixo do valor de fato deles”, afirmou.
Ulisses Nehmi, CEO da Sparta, reforçou a análise e fez uma analogia com o mercado de crédito.
“É como comprar uma nota de R$ 100 por R$ 90. Mas é preciso ter certeza de que essa nota vale mesmo R$ 100 — e não R$ 50. No crédito, mais importante do que acertar é não errar”, alertou.
Para Nehmi, as distorções nos preços das cotas têm muito mais a ver com o momento macroeconômico do que com problemas nos ativos. Ele também destacou que os fundos de infraestrutura surgem como uma opção interessante, com bons fundamentos e potencial de valorização.
Já Rodrigo Possenti, diretor de fundos imobiliários da Fator, vê o atual momento como promissor para alocação de recursos no setor. “O momento é maravilhoso para alocação”, disse, apontando que, com o fim do ciclo de aperto monetário se aproximando, os fundos já começam a se valorizar.
Possenti ainda resgatou a trajetória dos FIIs no Brasil. Entre 2017 e 2018, cerca de 200 mil pessoas físicas investiam nesses fundos. Esse número disparou entre 2020 e 2022, em meio a um ciclo de forte valorização. Apesar dos últimos três anos terem sido mais difíceis, a base de investidores pessoas físicas continuou a crescer, o que, segundo o gestor, mostra que o interesse e a percepção de valor do setor seguem firmes.
Para ele, o perfil dos FIIs agrada o investidor brasileiro. “O fundo imobiliário tem três coisas que o brasileiro gosta: paga renda mensal, está ligado ao setor imobiliário e é isento de imposto de renda. Todos esses fatores devem impulsionar o próximo ciclo de alta nos FIIs”, afirmou.
Mesmo assim, Possenti acredita que o setor só atingirá um novo patamar quando os investidores institucionais passarem a dedicar mais atenção a esse mercado. Esse movimento, segundo ele, poderá representar um salto de crescimento para a indústria de fundos imobiliários.
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Informações retiradas de Igor Grecco ao MoneyTimes