Ambiente macroeconômico mais estável impulsiona valorizacão de fundos de crédito e tijolo, com destaque para BLMG11, HCTR11 e SARE11
O mercado de Fundos Imobiliários (FIIs) encerrou o primeiro semestre de 2025 com uma performance expressiva. O índice IFIX, que representa os principais ativos do setor, acumulou alta de cerca de 11% no período, refletindo um ambiente macroeconômico mais estável em comparação ao fim de 2024.
Entre os destaques do semestre estão os fundos BLMG11 (+54,82%), HCTR11 (+44,26%) e SARE11 (+30,87%), que lideraram as valorizações. Parte dessa recuperação está ligada à correção de descontos relevantes, como no caso do SARE11, que recebeu proposta de aquisição do BTLG11 enquanto negociava com desconto de 65% sobre o valor patrimonial.
Segundo Sylvio Martins, analista da Arton Advisors, “os fundos que mais performaram subiram por motivos distintos, não apenas por uma correção natural do desconto patrimonial”. Ele ressalta ainda que a baixa liquidez de alguns ativos pode gerar distorções momentâneas de preço, mesmo em um mercado mais eficiente.
Fundos de crédito seguem atrativos Bruno Nardo, sócio da RBR Asset, avalia que a estabilidade da Selic em torno de 15% e a resiliência operacional dos ativos favorecem especialmente os fundos de crédito, que continuam sendo uma opção interessante de geração de renda.
Para Willian da Rocha, broker da Nippur Finance, o avanço do IFIX reflete a normalização das expectativas após um fim de 2024 de incertezas. Ele destaca a boa performance de lajes corporativas e fundos híbridos com CRIs high grade e ativos logísticos.
Vinícius Araújo, analista da Trix, aponta que a expectativa de uma Selic terminal mais baixa do que se previa em 2024 ajudou a destravar valor em segmentos descontados, como escritórios e shoppings, que ganharam força frente a setores tradicionalmente mais estáveis, como varejo e galpões.
Selic elevada exige cautela, mas abre oportunidades Apesar da melhora no cenário, o contexto ainda demanda atenção. Projeções de instituições como J.P. Morgan e Bradesco BBI indicam que os juros podem permanecer elevados por mais tempo, intensificando a concorrência com a renda fixa.
Ainda assim, Martins reforça que “o ambiente atual oferece uma rara oportunidade para quem busca ativos reais com retornos acima da inflação”. Muitos FIIs seguem negociados abaixo do custo de reposição, entregando yields reais superiores a 1% ao mês.
Para Caio Araújo, da Empiricus Research, parte da forte recuperação no semestre decorre de um ponto de partida depreciado, aliado à percepção de que a Selic pode ter alcançado o topo. “Mesmo com volatilidade externa, o ambiente foi menos deteriorado do que o esperado, favorecendo a retomada dos preços”, afirma.
Informações retiradas de Vinicius Alves ao Infomoney.
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