Em anúncios de aluguéis nas periferias da Grande Vitória, surge uma tendência surpreendente: a preferência por inquilinos evangélicos e solteiros, com restrições a crianças, pets e vícios. A situação tem gerado dificuldades para muitos em busca de moradia, levando a uma verdadeira maratona na busca por imóveis adequados. Pessoas como uma jovem da Serra têm enfrentado obstáculos, como a impossibilidade de alugar devido à presença de animais de estimação, mesmo encontrando residências ideais em outros aspectos.
Em anúncios de aluguéis nas periferias da Grande Vitória, exigências curiosas como preferência por evangélicos, solteiros e sem filhos têm dificultado a busca por moradia. Além disso, são aceitos idosos com aposentadoria e casais, mas sem crianças ou animais de estimação. Essas restrições têm gerado obstáculos para pessoas que têm condições de pagar o aluguel, levando-as a enfrentar uma verdadeira maratona na busca por imóveis. O déficit habitacional na região, que afeta mais de cem mil famílias, complica ainda mais a situação em meio a outros problemas sociais, como a falta de segurança e os conflitos do tráfico de drogas.
“Idosos sozinhos, por exemplo, você aluga e vem um neto que usa drogas para morar com ele e é um problema”, relata uma moradora da Grande São Pedro. Ela conta que existe ainda a preocupação de que as crianças e os animais destruam os imóveis. “Quando aluga e a pessoa depois tem filho ou adota um animal, na certeza que o contrato não será renovado. O que tem aumentado o número de cães abandonados nas ruas”, conta.
Em áreas periféricas, locadores impõem exigências incomuns, enquanto a regulação do mercado imobiliário é escassa. Alexandre Schubert, da Ademi-ES, destaca a ausência dessas práticas em bairros mais regulamentados. No entanto, a escassez de opções força famílias a aceitar condições desfavoráveis, algumas até discriminatórias e ilegais. Segundo o advogado Ricardo José da Silva Silveira, a Lei do Inquilinato permite critérios de seleção, mas dentro dos limites legais.
Segundo um advogado especializado, locadores têm o direito de analisar o histórico de crédito, comportamento em imóveis anteriores e a compatibilidade de renda com o aluguel de potenciais inquilinos. Eles também podem exigir garantias, fiadores com patrimônio adequado, proibir fumo e animais de estimação. No entanto, discriminação com base em idade, estado civil, orientação sexual, ideologia política, religiosidade e número de filhos é proibida e pode resultar em consequências jurídicas para o locador.
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Informações retiradas de Vilmara Fernandes à A Gazeta
