Com a taxa básica de juros (Selic) em 9,25% ao ano e a projeção de novos aumentos ao longo do ano, a Caixa Econômica Federal irá alterar as condições para a concessão de crédito imobiliário. O banco, entretanto, não afirmou que esteja reajustando suas taxas de juros na modalidade prefixada pela Taxa Referencial (TR).
A taxa balcão hoje está em 8,99% ao ano, valor praticado desde novembro do ano passado. Segundo a Caixa, haverá uma adequação nas condições para aplicação de redutores, que podem oscilar as taxas entre 8% a.a e 8,8% a.a.,o que irá determinar esse processo será o relacionamento do cliente com o banco.
Para que essas condições não sejam apenas teóricas, o interessado terá que contratar mais produtos e serviços que a gama do banco tem a oferecer para obter alguma redução nas taxas de financiamento da casa própria, como por exemplo abrir conta-salário, fazer seguro, aceitar cartão de crédito, entre outros.
O banco acrescentou ainda que “variações dos redutores podem ocorrer a depender do comportamento do mercado“. Essas mudanças devem ser colocadas em prática a partir de fevereiro deste ano.
Para Gilson Oliveira, professor de Finanças do Ibmec-RJ, as mudanças adotadas pela instituição econômica para conceder crédito mais barato são, na verdade, uma forma de mascarar a elevação nos juros. “A readequação que eles estão fazendo é da taxa final. Os produtos bancários têm que ser avaliados individualmente, e muitas vezes não é do interesse do comprador do imóvel adquirir esses serviços. É um movimento de mercado. Os bancos privados elevaram suas taxas. Na prática, quem contrata um financiamento agora terá que comprometer uma fatia maior de sua renda, adquirir um imóvel mais barato ou oferecer uma entrada maior’’, diz o professor.
Fonte: Extra
