Aluguel sobe mais que o dobro da inflação no início de 2025, aponta FipeZAP

Se para quem aluga um imóvel a notícia é preocupante, para quem investe em locação residencial, o cenário é promissor. Nos quatro primeiros meses de 2025, o valor médio do aluguel subiu 1,25%, enquanto a inflação medida pelo IPCA ficou em apenas 0,43%, segundo dados do Índice FipeZAP.

A pesquisa, que monitora 36 cidades brasileiras, revelou que 34 delas apresentaram alta nos valores de locação em abril — entre elas, todas as 22 capitais incluídas no levantamento. Aracaju (2,84%), Teresina (2,46%) e Cuiabá (2,40%) lideraram as maiores altas no mês.

Apesar da valorização dos aluguéis, o mercado de compra e venda de imóveis apresentou desaceleração, com aumento de apenas 0,51% no mesmo período.

De acordo com Paula Reis, economista do DataZAP, a análise mais precisa exige uma visão de longo prazo. “Nesse período [últimos 12 meses], o aluguel residencial acumulou uma valorização média de 12,77%, superando indicadores importantes de inflação, como o IPCA, de 5,53%”, explica.

Teresina (13,95%) e Cuiabá (13,71%) se destacaram entre as capitais com maior valorização acumulada em 12 meses, impulsionadas por fatores como melhora no mercado de trabalho e crescimento da economia local. Aracaju, embora tenha tido alta pontual em abril, acumula valorização de apenas 4,77% no período, abaixo da inflação.

Na outra ponta do ranking estão Goiânia (0,48%), São Luís (0,11%) e Salvador (0,02%), com variações modestas no trimestre. Brasília foi a única capital a registrar queda no valor da locação, com recuo de 1,48%.

São Paulo manteve a liderança no preço por metro quadrado (R$ 60,45), com alta de 1,04% em abril. Já Barueri, na região metropolitana paulista, superou a capital e agora tem o m² mais caro do país, a R$ 65,97.

No quesito rentabilidade — a relação entre o valor do aluguel e o preço de venda do imóvel —, cidades como Manaus (8,51% ao ano), Belém (8,35%), Recife (8,26%) e Natal (7,85%) se mostraram as mais vantajosas para investidores.

Essa combinação de aluguel elevado e preço de venda relativamente baixo tem atraído a atenção de quem busca retorno financeiro com imóveis residenciais.

Capitais com o maior preço por metro quadrado (R$)

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Informações retiradas de Letícia Furlan a Exame