O primeiro semestre de 2025 foi marcado por um ambiente mais favorável aos ativos de risco, impulsionado pela moderação da inflação global, manutenção da Selic em patamar elevado e expectativas mais estáveis sobre os juros nos Estados Unidos. Nesse contexto, o setor imobiliário se destacou com força na Bolsa brasileira.
O índice IMOB, que representa as principais empresas do setor imobiliário listadas na B3, registrou uma valorização superior a 46% no acumulado do ano, tornando-se o melhor desempenho entre os índices setoriais. A retomada do setor é atribuída à combinação de três fatores: estabilização da curva de juros de longo prazo, percepção de que o pico inflacionário já passou e a forte defasagem de preços dos ativos, muitos ainda negociados abaixo do valor patrimonial.
“O setor imobiliário foi o mais penalizado nos últimos anos e agora lidera a recuperação”, afirma Sidney Lima, analista da Ouro Preto Investimentos. Segundo ele, o movimento representa um ajuste natural diante de um cenário macroeconômico mais previsível, mesmo com desafios.
O bom desempenho do IMOB acompanha a tendência de reaquecimento dos setores cíclicos da Bolsa. Em junho, o índice continuou em alta, refletindo o reposicionamento estrutural dos investidores.
Outros mercados também mostraram força. O Nasdaq subiu mais de 6% no mês, com alívio nos yields dos títulos do tesouro americano após dados de inflação abaixo do esperado, mantendo a expectativa de cortes de juros em 2026. O índice MSCI Brasil avançou mais de 7%, evidenciando o interesse por ativos com maior potencial de valorização relativa.
Empresas ligadas à tecnologia e setores sensíveis aos juros puxaram a recuperação, enquanto o S&P 500 e o Dow Jones também mostraram resultados consistentes. Para Sidney Lima, o apetite por risco foi global, favorecido por dados econômicos positivos e menor volatilidade.
“No geral, esse foi um mês em que o mercado reequilibrou suas apostas. A valorização simultânea de ativos globais e locais indica que os investidores estão menos preocupados com riscos sistêmicos e mais focados em capturar oportunidades táticas e de médio prazo”, complementa o analista.
Pedro Da Matta, chefe da Audax Capital, também destaca o bom desempenho do ouro, com alta de 11,10% no semestre. Segundo ele, o metal continua sendo um instrumento de proteção diante das tensões geopolíticas e incertezas fiscais.
“Esses movimentos reforçam a importância da diversificação e da leitura dos ciclos econômicos. O investidor que conseguiu navegar com agilidade entre renda fixa, bolsa e ativos internacionais ao longo do semestre teve mais chances de proteger e multiplicar seu capital”, conclui Da Matta.
Informações retiradas de Cris Almeida ao Valor Investe.
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