Geração Z representa 61,4% dos contratos e mostra mudança de comportamento frente à conquista da casa própria
O perfil dos compradores de imóveis no Brasil está mudando. Dados levantados pela MRV&CO apontam que os jovens entre 18 e 30 anos já lideram os financiamentos imobiliários no programa Minha Casa Minha Vida (MCMV). Essa faixa etária, que há cinco anos representava 28,3% dos contratos, passou a responder por 61,4% do total até maio de 2025.
A pesquisa analisou contratos da base de clientes da MRV firmados entre 2020 e maio de 2025, e revela uma guinada no comportamento da chamada Geração Z — formada por pessoas nascidas entre 1995 e 2010. Ao contrário do estereótipo de desapego a bens materiais, os dados indicam um forte movimento dessa geração em direção à realização do sonho da casa própria.

Para Thiago Ely, diretor executivo comercial e de marketing da MRV, o crescimento é resultado de um conjunto de fatores. “Esse aumento de 43,1 pontos percentuais é reflexo direto de uma combinação de fatores: maior acesso à informação sobre educação financeira, valorização da independência e, principalmente, o fortalecimento de programas de habitação como o Minha Casa Minha Vida”, afirmou.
O executivo também destaca que, com a ampliação de opções de crédito, condições mais acessíveis e imóveis adaptados à realidade dos jovens, esse público passou a antecipar planos que antes eram adiados por falta de renda formal ou acesso a financiamento.
Casa própria como símbolo de estabilidade A influenciadora Nath Finanças, referência em educação financeira popular, reforça que o desejo pela casa própria ainda é muito presente. Para ela, a experiência de muitas famílias de baixa renda influencia diretamente essa decisão. “Quem nunca teve um lar, está em busca de um lar”, afirma.
Nath lembra que, diferentemente das gerações anteriores, muitos jovens de hoje cresceram em contextos de insegurança habitacional, presenciando despejos, mudanças constantes e ausência de estabilidade. Isso os motiva a buscar, o quanto antes, a conquista da casa própria.
Ela ressalta que, mesmo com a Selic em 15% ao ano — o que encarece o crédito —, o financiamento ainda é visto como uma alternativa viável para quem busca segurança. “Nada é melhor do que você ter paz e paz de poder fazer o que bem entender na sua casa”, diz.
Passo a passo para financiar um imóvel Segundo Nath, o primeiro passo é ter clareza de que alcançar esse objetivo exige sacrifícios e planejamento. “Esse sonho não é fácil, é árduo, é um caminho difícil, mas é um caminho que te ajuda muito para conseguir ter um lar.”
Ela orienta que o segundo passo é regularizar a situação financeira, limpando o nome caso esteja negativado. Depois, é fundamental entender os mecanismos de entrada, como o uso do saldo do FGTS, e as formas de comprovar renda — seja como CLT ou autônomo.
Para quem se enquadra nos critérios, o Minha Casa Minha Vida é uma alternativa estratégica, por oferecer taxas menores e subsídios que tornam a compra mais viável. “A possibilidade de ser despejado é muito menor comparado a viver de aluguel”, reforça a influenciadora.
Informações retiradas de Larissa Maia ao Valor Investe.
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