Os fundos imobiliários (FIIs) se consolidaram como uma das principais portas de entrada para quem busca renda passiva no longo prazo. Com o apelo de pagar dividendos mensais e a possibilidade de formar uma carteira diversificada, muitos investidores se perguntam: quanto seria necessário investir para que os rendimentos cubram o valor de um aluguel residencial?
Segundo levantamento do InfoMoney com base no Índice FipeZAP, o preço médio das locações no Brasil gira em torno de R$48,66 por metro quadrado. Em São Paulo, esse valor sobe para R$60,45/m², enquanto em Teresina, uma das capitais mais baratas, o metro quadrado fica em R$23,38. A partir dessa média nacional, é possível simular os valores de aluguéis para imóveis de diferentes tamanhos.
Confira a média dos custos mensais:
- 80 m²: R$3.892,80
- 100 m²: R$4.866,00
- 120 m²: R$5.839,20
Para calcular o valor a ser investido, foi considerado o dividend yield (DY) médio dos fundos que compõem o IFIX – índice que acompanha o desempenho dos FIIs –, que em abril foi de 1,07% ao mês. Com base nesse rendimento, a analista da Ticker Research, Priscilene Nunes, simulou os investimentos necessários:
Área do imóvel | Custo médio do aluguel | Investimento necessário em FIIs |
---|---|---|
80 m² | R$3.892,80 | R$367.551,40 |
100 m² | R$4.866,00 | R$454.766,35 |
120 m² | R$5.839,20 | R$545.719,62 |
Para atingir esses valores com FIIs, a escolha dos ativos é fundamental. A especialista recomenda atenção redobrada, especialmente nos chamados fundos de tijolo, que investem diretamente em imóveis como galpões logísticos e lajes corporativas. Nestes casos, “é preciso observar a diversificação da carteira”, afirma Priscilene.
Já nos fundos de papel, que aplicam em títulos de dívida do setor imobiliário, além da diversificação, é necessário analisar “a capacidade de pagamento dos devedores”. Esses fundos têm sido vistos como atrativos, mas exigem cautela. “Alguns dividendos robustos podem esconder altas taxas de inadimplência que vão impactar o portfólio no futuro”, alerta a analista.
Diante de um cenário ainda marcado por juros elevados e incertezas econômicas, Priscilene recomenda priorizar “fundos que investem em ativos com notas de crédito regulares ou altas”.
Na construção de uma carteira saudável de FIIs, a diversificação é essencial. Segundo a analista, “uma carteira equilibrada deve conter entre 10 e 20 ativos”, não sendo necessário abarcar todos os segmentos.
Por fim, ela reforça que os fundos imobiliários são instrumentos voltados ao longo prazo e orienta que o investidor se atenha aos fundamentos. “Valorização ou queda de curto prazo não devem motivar mudanças na carteira, a menos que haja deterioração nos fundamentos dos ativos”.
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Informações retiradas de Leonardo Guimarães ao InfoMoney