A escassez de terrenos em regiões centrais de São Paulo e a busca por exclusividade têm impulsionado a entrega de edifícios corporativos menores, especialmente em áreas nobres como Faria Lima, Itaim Bibi e Jardins. Segundo levantamento da consultoria Binswanger Brazil, divulgado com exclusividade pela EXAME, esse fenômeno marca uma mudança no perfil dos imóveis corporativos entregues entre 2023 e 2024.
A chamada Zona Centralizada, que inclui avenidas como Faria Lima, Juscelino Kubitschek e Paulista, se destaca por sua infraestrutura consolidada, acesso ao transporte público e ampla oferta de serviços. Porém, o adensamento urbano e a dificuldade de reunir grandes terrenos têm limitado o tamanho dos novos empreendimentos.
Entre 2023 e 2024, a média de área bruta locável (ABL) dos prédios entregues nessa região foi de 9.094 m² — uma redução de 42% em relação ao período de 2020 a 2022, quando a média era de 15.656 m².
Enquanto isso, na Zona Descentralizada — que abrange áreas em expansão como Chucri Zaidan e Berrini —, os imóveis cresceram. A média de ABL subiu de 21.640 m² (2020-2022) para 27.288 m² (2023-2024), impulsionada por coeficientes de aproveitamento mais altos e disponibilidade de terrenos.
Nesse contexto, ganhou força o conceito de edifícios boutique, construções de alto padrão com arquitetura autoral e voltadas para empresas que buscam exclusividade e localização estratégica. “Esses imóveis atraem principalmente empresas dos setores financeiro, jurídico e de tecnologia, muitas vezes em regime monousuário ou com poucos inquilinos”, destaca o relatório da Binswanger.
Entre os projetos mapeados estão o JHA Corporate Boutique e o PNV Corporate Boutique, próximos à Faria Lima, e o JMA Corporate Monteiro, na rua Henrique Monteiro, em Pinheiros. A gestora de recursos da Engerform também entrou na tendência, financiando com a construtora Noah três prédios de madeira, com 10 mil m² de ABL, no mesmo bairro.
O custo por metro quadrado desses edifícios costuma ser superior ao de prédios AAA convencionais, mas o menor tamanho das unidades permite um aluguel mais acessível. “Para muitas empresas, é uma forma de garantir presença nas regiões mais valorizadas de São Paulo sem abrir mão da exclusividade”, conclui o estudo.
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Informação retiradas de Leticia Furlan a Exame