O Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central (BC) decidiu, de forma unânime, elevar a taxa básica de juros (Selic) em 0,50 ponto percentual, fixando-a em 14,75% ao ano. A decisão, anunciada nesta quarta-feira (7), leva a Selic ao maior patamar dos últimos 19 anos — nível semelhante ao registrado pela última vez em julho de 2006.
Esta é a sexta reunião consecutiva em que o Copom opta pelo aperto monetário. Pela primeira vez desde que Gabriel Galípolo assumiu a presidência da autarquia, o tradicional forward guidance não foi previamente definido, evidenciando a instabilidade do cenário econômico atual.
Apesar de divergências nas expectativas, a maior parte do mercado já antecipava a alta da Selic. Em nota, o BC justificou a elevação com base em uma combinação de fatores: expectativas de inflação desancoradas, projeções inflacionárias elevadas, resiliência da atividade econômica e pressões persistentes no mercado de trabalho.
Segundo o comunicado do Comitê, “tal cenário prescreve uma política monetária em patamar significativamente contracionista por período prolongado para assegurar a convergência da inflação à meta”. Ainda de acordo com o texto, não há confirmação do fim do ciclo de altas. O BC afirma que o cenário de elevada incerteza, somado ao estágio avançado do atual ciclo e aos impactos ainda não completamente observados das medidas anteriores, “demanda cautela adicional na atuação da política monetária e flexibilidade para incorporar os dados que impactem a dinâmica de inflação”.
No mesmo documento, o Copom reduziu a projeção de inflação para 2026, estimando o IPCA em 3,6%. O colegiado também destacou um ambiente externo adverso, especialmente devido à conjuntura nos Estados Unidos e às incertezas relacionadas à política comercial norte-americana.
“A política comercial alimenta incertezas sobre a economia global, notadamente acerca da magnitude da desaceleração econômica e sobre o efeito heterogêneo no cenário inflacionário entre os países, com repercussões relevantes sobre a condução da política monetária”, pontuou o Banco Central.
O comunicado também avaliou que os riscos para a inflação — tanto de alta quanto de baixa — estão mais elevados do que o habitual, embora equilibrados. Entre os fatores que podem pressionar os preços para cima, o BC menciona a desancoragem prolongada das expectativas, a resiliência dos serviços e a interação entre políticas econômicas internas e externas. Já entre os elementos que podem contribuir para a desaceleração da inflação estão uma possível retração mais forte da economia, perda de fôlego nas atividades globais e queda nos preços das commodities.
A próxima reunião do Copom está marcada para os dias 17 e 18 de junho.
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Informações retiradas de CNN