O crédito para empresas na zona do euro ficou mais restritivo no primeiro trimestre de 2025, segundo a mais recente pesquisa do Banco Central Europeu (BCE). O levantamento, que ouviu 155 instituições financeiras, revelou que um saldo líquido de 3% dos bancos reportou condições de empréstimos mais rigorosas às companhias. O saldo líquido é apurado com base na diferença entre os percentuais de bancos que apontaram “aperto considerável e/ou moderado” e os que relataram “afrouxamento moderado e/ou considerável”.
De acordo com o BCE, a mudança foi motivada por “maiores riscos percebidos relacionados às perspectivas econômicas”, além de fatores específicos de setores e empresas.
Em contrapartida, o crédito imobiliário apresentou “alívio moderado”, com saldo líquido de -7%. O relaxamento nas condições foi atribuído à “competição entre bancos”, que acabou superando as expectativas iniciais de um leve endurecimento. Já os empréstimos ao consumo sofreram “leve aperto”, com saldo também de 3%, reflexo dos riscos elevados associados a esse tipo de operação.
A previsão para o segundo trimestre de 2025 é de um cenário mais restritivo: os bancos consultados antecipam “aperto adicional nos três segmentos”, indicando continuidade na cautela do setor financeiro.
Quanto à demanda por crédito, os resultados mostraram um panorama misto. Entre as empresas, houve “pequena redução líquida”, atribuída à menor necessidade de capital de giro. No entanto, o financiamento imobiliário seguiu em alta, com a procura crescendo de forma “forte”, impulsionada por “juros em declínio” e pela melhora no mercado habitacional. Já no setor de consumo, a demanda aumentou de forma “moderada”.
A pesquisa também apontou que a política de redução do portfólio de ativos do BCE teve um “pequeno impacto negativo” sobre a liquidez dos bancos, mas sem efeitos significativos sobre as condições de empréstimos. Ainda assim, as instituições relataram pressões sobre as margens de juros líquidas, efeito atribuído às recentes decisões monetárias da autoridade. A expectativa é de que essa pressão continue nos próximos meses.
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Informações retiradas de Isto é Dinheiro
